Quando descobrimos que estamos sós, verdadeiramente sozinhos, o mais frequente é entrarmos em pânico. Atiramo-nos para o extremo oposto e misturamo-nos em grupos- clubes, equipas, sociedades, categorias. De repente começamos a vestir-nos exactamente como os outros: é a melhor maneira de ser invisível. O modo como se cosem os remendos nas blue jeans torna-se fundamental. Se não sabemos fazer isso, então está-se de fora. E deve estar-se dentro. Esta frase é gira, não acham? Estar dentro. Dentro de quê? Do grupo. Com os outros. Todos juntos. Salvos pelo número. Eu não sou eu. Sou um ás do basquetebol. Um rapaz popular. Sou o amigo dos meus amigos. Sou um blusão negro numa Honda. Faço parte. Sou um jovem. Não podem ver-me, só conseguem ver-nos. Estamos safos.
Le Guin, U.K. Tão Longe de Sítio Nenhum
1 Comments:
At 2:19 da tarde,
StupiDreamer said…
e depois quando é que não nos vamos sentir sozinhos a ser simplesmente nós prórpios e não um «somos»? deviamos pdoer ser nos proprios sem nos sentirmso sozinhos =/*
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