De repente percebi...Nunca mais te vou ver. A tua boca a sorrir, os teus olhos castanhos a olharem para mim, a tua mão a tocar-me, as tuas lágrimas a secarem nos meus ombros...As coisas nunca mais vão ser as mesmas. Aquela rua vai ser mais escura, o mar mais rebelde, o sol menos luminoso, o céu pouco azul, as árvores apenas esverdeadas...De um dia para o outro parece que tudo mudou! Como é isto possível? Estarei eu limitada a uma visão onde as cores estão loucamente perdidas? Então e...Se eu te pedisse, tu vinhas? Assim sem nada? Sem pensar...Eu sei que não mas...
Olha pela janela e admira o sorriso das estrelas. Põe a mão de fora e sente o vento a soprar e a brincar na tua pele. Cheira a terra depois da chuva passar. Arranca a folha da árvore que te suplica para ser tua. Arrasta-me contigo para o mar. Confunde-me com as ondas e dança, dança e rodopia nos meus braços soltos. Salpica a areia da nossa praia. Corre pelas rochas que te fazem sangrar os pés e arrasta-me contigo para o mar. Foge agora enquanto é tempo, porque o tempo diz-te adeus e não volta atrás. Chora se puderes que as tuas lágrimas viajarão milhas e milhas nos meus braços. Sorri para mim novamente como só tu sabes sorrir. Perde-te em mim e não queiras encontrar o caminho de volta. Escuta...São eles a rirem-se de nós...Não lhes ligues...Têm inveja do nosso silêncio ensurdecedor. Não lhes ligues...NÃAAAAAAOOOOOOOO! Porque fizeste isso? Eu pedi-te para não lhes ligares...Agora é tarde...Nunca mais te vou ver.