html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Tudo&Nada: 07/01/2005 - 08/01/2005

Tudo&Nada

Retalhos de tudo...e de nada...

sexta-feira, julho 22, 2005

A ti

Odeio-te por teres mudado
Odeio-te por teres concordado com tudo calado
Odeio-te por me recusares um beijo
Aquele que quero sempre que te vejo
Odeio-te agora que não me respondes
Odeio-te depois se te escondes
Odeio-te com todas as forças do meu ser
Odeio-te apenas por não te poder ter
Odeio-te se te toco e me afastas
Odeio-te se me olhas assim com esses olhos
De quem quer de quem sabe de quem ama
Odeio-te porque sim odeio-te!
Odeio-te se te sinto e te libertas
Dos meus braços que te envolvem
E te queimam as entranhas com o meu amor
Rebelde com a Pureza de uma Entrega profunda
Mas lenta e tardia demasiado tardia
Odeio-te agora que sei quem és
Odeio-te agora porque sabes quem sou
E o mundo nem sequer parou para nos ver
Odeio-te por tudo o que dizias fazer e não fizeste
Odeio-te por tudo o que não dizias e fizeste
Odeio-te porque aqui não estás não percebes
Odeio-te é tão simples odeio-te!
Odeio-te por não me entenderes no meu silêncio
Odeio-te se tentas fazê-lo sem permissão
Odeio-te por te ter longe de mim
E se te tenho perto odeio-te
Odeio-te por desesperar e não estares aqui
Para me abraçares secando-me as lágrimas
Odeio-te por te pedir um simples olá
E nem um olhar de desprezo me lançares
Odeio-te por te ver em toda a parte
Em todos os sorrisos a tua boca a sorrir
Em todos as vozes a tua alma a chamar-me
Em todo o mundo o teu universo a acorrentar-me
E tu caminhas de costas para mim
Odeio-te por assim caminhares
Corre para que te não possa apanhar
Odeio-te se te alcanço e odeio-te se te deixo voar
Odeio-te porque a rua está deserta
E eu insisto em escrever o teu nome a sangrar
Odeio-te tanto porque te quero odiar
Mas simplesmente não consigo
Odeio-te por não me amar
Pois quem não se ama não pode amar
Odeio-te não Odeio-me

A ti nunca te vou odiar

sexta-feira, julho 15, 2005

Noite de Insónia..

Vozes ecoam. Emaranhadas cortam o silêncio da noite. Destesto a noite. Faz-me pensar. À luz da escuridão vejo o passar consciente das horas. Precisava de aqui estar, algo me guia e a caneta não pára. Parece que não sou eu mas qualquer coisa que me é estranha e que, no entanto, faz parte de mim, do meu ser. Quero parar e não posso. Fiquei presa às vozes que ecoam. Cada vez mais alto. Oiço um barulho. Não é importante, talvez alguém a dar uma volta na cama. O tic-tac do relógio não pára e sei que está atrasado. Irrita-me! Parto-o mas não ao tempo. Não faz mal, já foi um alívio que, contudo, não senti porque o não parti... Sorrio e vejo o meu reflexo na moldura vazia. Está à espera de uma recordação em forma de retrato. Não tenho nada disso agora. Não quero nada disso agora. Páro. Por um instante acho que vai acabar mas não. Recomeça outra vez. Len. Ta. Men. Te. Toma forma e as chamas presas nos meus olhos incandescem, de repente. É isso que quero. Quero que ao olhares para os meus olhos sejas invadido por uma chama que te guie em direcção aos meus desejos. Só assim os quero realizar. Se for eu a dizer-tos não fazem sentido. Quero que os sintas, não através de palavras-prisões mas através do meu olhar e só assim saberei que estás pronto para me descobrir. Quando não precisar de falar contigo e o silêncio bastar para que me percebas sem que te sintas mal, saberei que me encontraste e entregar-te-ei a minha chave de ouro. Aí não pensarei e deixarei que me conduzas pois saberei que o lugar onde me levas é exactamente aquele onde quero estar. Até lá, nada te digo. Sou louca calada. Talvez. Para mim faz sentido assim, as vozes deixarão de ecoar...
Acho que já posso ir dormir

segunda-feira, julho 11, 2005

Não me olhes assim...Não era minha intenção sabes? Não era...Mas aconteceu, era inevitável. Sabes que sim...Depois de tudo não havia espaço para um nós, só para um tu e um eu. Irremediavelmente separados. Não me perguntes porquê. Não sei. Sei que não consigo mais. Apenas isso. Não me peças explicações e respostas. Não agora. Não. Mas não deixes de me olhar como antigamente...Assim não...Não me olhes assim! Ás vezes não consigo lidar com tudo sozinha...Bem que tento, fico no meu silêncio sepulcral e...Não...Foi pior assim...Dias e dias e dias e dias semanas e semanas meses e meses calada. Calada. Nada a dizer. Não conseguia, as palavras ficavam presas ao céu-da-boca sem nenhuma estrela que as guiassem rumo ao infinito, rumo a um mundo que as queria ouvir. Agora não aguento o teu olhar e o teu também não. E o meu? Muito menos. O espelho consome-me as entranhas. O reflexo das minhas cascas contém qualquer rasgo de essência que ainda não tinha reparado. São os meus olhos. Não me olhes assim... Já disse tudo, completamente doloroso...Nunca ninguém soube, só eu...Sozinha...Assustada...Esquecida? Adormecida... Agora não sei...olha...não sei! De nada. Não sei de nada. NADA. Porra...nada. Continuo presa a um passado que me envolve e amarra e não me deixa respirar. Eu quero respirar, merda! NÃO ME OLHES ASSIM!