html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Tudo&Nada: 10/01/2005 - 11/01/2005

Tudo&Nada

Retalhos de tudo...e de nada...

sábado, outubro 29, 2005

Who are you? És alguém que me olha e me ama? Ou és simplesmente mais um que me avalia? Who are you stranger? Levanta-te e caminha em direcção oposta. Prefiro ver as tuas costas à tua cara. A tua forma de andar diz muito sabes? Muito…Basta saber ler essas coisas… Além disso prefiro avaliar-te assim…Será sempre uma interpretação condicionada, condicionante… Não sou uma impressionista sabes? Daquelas que tiram as primeiras impressões pelos sentidos, pronto já está e nem a realidade fica. Who are you little boy? Stop looking at me… Parece estupidez mas o teu olhar cansa-me, começo a ficar bastante farta mesmo, irritada até! Mas continuas insolentemente como se o meu olhar já não te tivesse pedido mil vezes para não o fazeres. Sinto-me invadida. Who are you intruder? Que ousas abordar-me com o teu silêncio? Agora que sorriste fiquei com a leve sensação de já nos conhecermos...Não, não é possível, recordar-me-ia da tua cara invulgar. No entanto, avalias-me como se me conhecesses ou quisesses conhecer. É pena. Não estou para novos contactos hoje, passa por cá amanhã, talvez ainda esteja no mesmo sítio. Who are you dreamer? Olhas o céu como se tentasses obter um sinal para as tuas interrogações, não te iludas, já tentei o mesmo e o máximo que consegui foi um pingo no nariz. Who are you blue eyes? Não tens mais nada que fazer a não ser estar aí especado a observar-me? Que falta de gosto… Nem sequer um olá dizes…Situas-te completamente ao nível das aparências, o básico… Enjoei de ti. Vou embora. Goodbye little you.

sábado, outubro 22, 2005

Amor é

Loucura
Horrível
Dor e sofrimento
Completamente vicioso e viciante
Desejo
Paixão
Entrega
Toque
Busca e descoberta
Palavras sem sentido
Sentido sem palavras
Música
Dança inebriante
Magia
Embriaguez
Correr sem olhar para trás
Desespero
Saudade
Confusão
Liberdade
Gritar bem alto
Beijo
Calor
Sonho
Realidade
Turbilhão
Outro mundo
Outra esfera
Outra vida
Fonte
Perfume a pele
Alegria
Caminho
Poesia
Brisa do mar
Sabor das ondas
Cheiro da praia
Invasão
Aventura
Noite e dia
Dia e Noite
Sempre

Amor é Amor e está tudo dito

quarta-feira, outubro 12, 2005

Aprecia o silêncio que emana de ti e se funde com o uivar do vento que te envolve e enlouquece. Repara neste momento de solidão e entrega-te como um suicida no último instante antes de se atirar do abismo. Escuta este momento e penetra neste tempo que já não é o passar das horas mas o passar das imagens que te surgem nervosamente e te levam para aquele passado, já esquecido, mas irremediavelmente presente e fatalmente futuro. Olha à tua volta e vê que está tudo no seu lugar. Os sofás, as almofadas em jeito de postas ao acaso mas que tu sabes que levaram tempos e tempos até adquirirem o seu lugar mais à esquerda e mais à direita da que está ao centro, o tapete impecavelmente limpo, as mesas pequenas e frágeis com os candeeiros sem luz e as janelas do sotão por onde sorri timidamente a luz de um sol frio de princípio de Outono.
Pensa. Pensa no que te perguntaram e na tua resposta. Não sabem nada, nem podem saber senão nunca tinham perguntado tal coisa. O passado está tão ali, tão à espreita por uma oportunidade de surgir e te enlear os cabelos contra os olhos sem que possas ver o caminho que tomas. Não deixes…Preciso de ti. Para me segurares a mão e dizeres que está tudo bem e que o passado é só o passado e não mais se repete, para me enxugares os olhos ardentes em lágrimas prisioneiras destas janelas de uma alma que só sabe o que sente e só sente o que não está, para me beijares esta boca que só pensa na tua, para te aproximares de mim e me passares toda a tua energia em forma de amor sem que para isso seja preciso sequer um toque, para me possuíres com os teus olhos grandes e me prenderes com o teu sorriso de criança inocente, para apenas estares porque só a tua presença me preenche toda como ninguém faz. E é como se nada mais sobrasse em mim e um pequeno gesto teu me pudesse fazer explodir… (Alguém explode de amor?) …
O silêncio paralisa e é ensurdecedor. Sei que não estou sozinha, embora o esteja. O que me envolve é demasiado real para ser esquecido; nada é meu, é certo, mas tudo se une neste instante que é meu, meu porque aqui estou sem partilha com outro corpo deambulante, instante porque a vida é um emaranhado de instantes em redes e cadeias mais ou menos complexas. Quando penso que agora não estás aqui sinto que, de alguma forma, o teu instante se cruzou com o meu, nem que seja só num breve pensamento de milésimos de segundo…E é tão bom saber que os nossos instantes se cruzam, ainda que em milésimos de segundo e é tão bom saber que estás sempre aqui, ainda que o faças só por instantes.

domingo, outubro 02, 2005

Estou presa em mim. Completamente enraizada no meu ser. Tento fugir, escapar ao meu olhar de acusação fria mas não consigo e cada vez me afogo mais. Cada vez mais em mim. Estendes-me a tua mão mas o máximo que agarras são fios, fios que me enrolam os braços, as mãos, o corpo e que se erguem para dar um ar de furacão endoidecido, como os fantoches frenéticos que se tentam libertar, apesar de estarem emaranhados numa rede de fios que os suportava e que agora não é mais que a sua prisão. Fios e fios. A nossa prisão. Fios e fios. Minha e dos fantoches, que afinal não deixa de ser a mesma coisa, a diferença é que eles são frenéticos e eu não passo de uma observadora. Passiva. Achas mesmo que ao olhares para mim com esses olhos de lamentação me ajudas em alguma coisa? Pobre pequeno… Ainda não percebeste que os fantoches vivem dentro de mim…E essa voz de choro é para quê? Para eu ter pena e me levantar, caminhar e correr até onde tu queres? Pensas que me enganas assim? Pensa outra vez…Continuas a pensar isso? Pensas tão mal… Deixa-me observar-te. Estás em pé, junto a mim, com a cabeça quase a bater no tecto do sótão e as mãos estendidas, pesadas, sem jeito. Que estranho…’Tás a chorar? Tu os-homens-não-choram-porque-isto-e-aquilo? És um previsível. Haahahahah FIOOOS! Em ti. Estão a subir pelas tuas pernas como as trepadeiras fazem com aquela casa que eu adoro e que se estende à beira-mar. E sabes o que eu estou a fazer? A rir-me da tua cara de assustado. Não tenhas medo…Eu protejo-te.