A ti
Odeio-te por teres concordado com tudo calado
Odeio-te por me recusares um beijo
Aquele que quero sempre que te vejo
Odeio-te agora que não me respondes
Odeio-te depois se te escondes
Odeio-te com todas as forças do meu ser
Odeio-te apenas por não te poder ter
Odeio-te se te toco e me afastas
Odeio-te se me olhas assim com esses olhos
De quem quer de quem sabe de quem ama
Odeio-te porque sim odeio-te!
Odeio-te se te sinto e te libertas
Dos meus braços que te envolvem
E te queimam as entranhas com o meu amor
Rebelde com a Pureza de uma Entrega profunda
Mas lenta e tardia demasiado tardia
Odeio-te agora que sei quem és
Odeio-te agora porque sabes quem sou
E o mundo nem sequer parou para nos ver
Odeio-te por tudo o que dizias fazer e não fizeste
Odeio-te por tudo o que não dizias e fizeste
Odeio-te porque aqui não estás não percebes
Odeio-te é tão simples odeio-te!
Odeio-te por não me entenderes no meu silêncio
Odeio-te se tentas fazê-lo sem permissão
Odeio-te por te ter longe de mim
E se te tenho perto odeio-te
Odeio-te por desesperar e não estares aqui
Para me abraçares secando-me as lágrimas
Odeio-te por te pedir um simples olá
E nem um olhar de desprezo me lançares
Odeio-te por te ver em toda a parte
Em todos os sorrisos a tua boca a sorrir
Em todos as vozes a tua alma a chamar-me
Em todo o mundo o teu universo a acorrentar-me
E tu caminhas de costas para mim
Odeio-te por assim caminhares
Corre para que te não possa apanhar
Odeio-te se te alcanço e odeio-te se te deixo voar
Odeio-te porque a rua está deserta
E eu insisto em escrever o teu nome a sangrar
Odeio-te tanto porque te quero odiar
Mas simplesmente não consigo
Odeio-te por não me amar
Pois quem não se ama não pode amar
Odeio-te não Odeio-me
A ti nunca te vou odiar