html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Tudo&Nada: 04/01/2006 - 05/01/2006

Tudo&Nada

Retalhos de tudo...e de nada...

domingo, abril 30, 2006

Começo a ter certeza de que não pertenço aqui. Este mundo podre, estas pessoas... A música azeda.

V A Z I O

Vazia é como me sinto. Nem uma pinga de sentimento me escorre pelo sangue e me aquece o coração. Quero dizer que te amo e as palavras atropelam-se, enrolam-se lentamente na minha garganta e não se libertam. Quero abraçar-te com força como antes mas os meus braços caem a meu lado moles, demasiado fracos e frios para te darem as boas vindas. Quero deitar-me na relva verde e cheirar o seu perfume fresco mas nada entra em mim, nem mesmo um simples cheiro a relva molhada.
Vem até mim e beija-me, faz-me renascer das cinzas e deste novo mundo paralelo. "Mundos paralelos", lembras-te? E pensar que uma mera lagartixa podia ter deitado tudo a perder. Mas eu não deixei. Agora é a tua vez. Agarra-me mesmo que eu peça para que me largues, vem comigo e aperta-me a mão. Diz que está tudo bem por favor, sussurra-me palavras de amor e faz-me arrepiar. Canta para mim e embala-me os pesadelos que teimam em atormentar-me quando estou acordada. Agora, porque quando não queremos é quando mais precisamos.
E é tão bom sentir. Sentir que se é amada, sentir que se ama. Sentir uma mão amiga nas nossas costas e um beijo na testa antes de dormir. Sentir a água fria do mar a lamber-nos os pés e a areia da praia a roçar-nos as pernas deitadas ao sol. Sentir um escaldão no pino do verão e sentir que as histórias de "Era uma vez..." podem ser reais. Sentir que alguém passou o dia a pensar em nós e sentir um sorriso de criança na nossa direcção, para logo de seguida sentir uma careta inocente. Sentir que se sabe responder a uma questão difícil, sentir que há sempre quem nos ajude a responder àquelas que não sabemos. Sentir a música no corpo e a batida frenética transformar-se em dança. Sentir que o teu olhar doce é só para mim. Sentir que as tuas mãos percorrem o meu corpo em extase e se demoram em cada pormenor. Sentir que eu e tu somos um só e assim será para sempre.
Sentir...Sentir. Eu só quero sentir. [será pedir muito?]

quinta-feira, abril 27, 2006

Caiu a noite em mim
Silêncio. Céu sem estrelas. Escuridão.
Lágrimas sem sal. Gestos mudos.
Nada em pequenos tudos.

Sofrimento sem dor.
Paixão sem ardor.
Vida representada,
Sem guião, sem nada.

E eu sinto sem sentir
E eu penso sem pensar
Caiu a noite em mim

Não sou gente
Não sou
Nada.

quarta-feira, abril 26, 2006

Era uma vez uma menina. Tinha tudo ela. Uma família perfeita. Uma casa bonita. Um namorado que a amava e que lhe dava tudo o que era. Até nos estudos não ia mal.
Mas um dia adormeceu.
E não é que se matou?

sexta-feira, abril 14, 2006

Acordaste-me com a tua mensagem. Olhei para o lado e não estavas lá. Como poderias se estás a quilómetros de distância?
Juro-te que fiquei de mau humor. Então acordas-me assim, sabendo que não podes estar ao meu lado para me dares um beijo de bom dia? É indecente!

domingo, abril 09, 2006

Chega mais perto

A mesa era enorme e separava-nos. No meio de uma praça cheia de gente estranha. Na verdade, nem era muito grande, a mesa, mas era sem dúvida um empecilho às nossas pernas entrelaçadas e às nossas mãos que se tentavam tocar furtivamente. A praça, essa sim, transpirava a odor humano, perfumes baratos e ao crepitar da fonte em frente à igreja. Ouvíamos vozes que não eram as nossas e que por isso nos intimidavam, nos faziam olhar para o lado em busca de algo que não nós. Estávamos demasiado expostos aos olhares que não nos viam mas que mesmo assim nos observavam (sabes bem que me sinto nua quando me observam…).

Conversávamos sobre qualquer coisa que já não me lembro mas naquele momento nem sequer uma simples banalidade fazia sentido. Decididamente não estávamos em sintonia.

O empregado aproximou-se e fizemos o pedido, ainda meio atordoados por nos terem acordado para o mundo. Fiquei bastante irritada. Além do mais o sol não parava de me bater nos olhos e eu não podia olhar-te como tanto gosto, em busca daquelas imperfeições sempre tão perfeitas. Acabei por me contentar em passar os olhos por uma revista de viagens que trazia e imaginar um cenário de férias longe de tudo, só nós dois.

Acreditas que a curta distância daquela mesa entre nós me fazia sentir saudades tuas?

- Chega mais perto

domingo, abril 02, 2006

- Pede-me desculpa.
- Do quê?
- Tanto faz. As mulheres adoram sempre ouvir um homem pedir desculpas.