Começo a ter certeza de que não pertenço aqui. Este mundo podre, estas pessoas... A música azeda.
Vem até mim e beija-me, faz-me renascer das cinzas e deste novo mundo paralelo. "Mundos paralelos", lembras-te? E pensar que uma mera lagartixa podia ter deitado tudo a perder. Mas eu não deixei. Agora é a tua vez. Agarra-me mesmo que eu peça para que me largues, vem comigo e aperta-me a mão. Diz que está tudo bem por favor, sussurra-me palavras de amor e faz-me arrepiar. Canta para mim e embala-me os pesadelos que teimam em atormentar-me quando estou acordada. Agora, porque quando não queremos é quando mais precisamos.
E é tão bom sentir. Sentir que se é amada, sentir que se ama. Sentir uma mão amiga nas nossas costas e um beijo na testa antes de dormir. Sentir a água fria do mar a lamber-nos os pés e a areia da praia a roçar-nos as pernas deitadas ao sol. Sentir um escaldão no pino do verão e sentir que as histórias de "Era uma vez..." podem ser reais. Sentir que alguém passou o dia a pensar em nós e sentir um sorriso de criança na nossa direcção, para logo de seguida sentir uma careta inocente. Sentir que se sabe responder a uma questão difícil, sentir que há sempre quem nos ajude a responder àquelas que não sabemos. Sentir a música no corpo e a batida frenética transformar-se em dança. Sentir que o teu olhar doce é só para mim. Sentir que as tuas mãos percorrem o meu corpo em extase e se demoram em cada pormenor. Sentir que eu e tu somos um só e assim será para sempre.
Sentir...Sentir. Eu só quero sentir. [será pedir muito?]