Será que não és capaz de atender a merda do telefone?!
Bip…Bip…Bip…Bip…Bip…
Ok, Desisto.
Essa mania de estares incontactável começa a irritar-me profundamente. Não sei o que ganhas com isso… O meu mau humor? Os gritos que vais ouvir da próxima vez que te dignares a atender? O meu corpo a tremer de tão nervoso que está? A minha cabeça a magicar mil e uma coisas? As minhas lágrimas de frustração? Só podes ser sádico… É a única explicação que encontro.
Os meus dedos percorrem as teclas do telefone, incessantemente, até acharem uma maneira de expressar toda a minha raiva. Guess what? Não consigo! Não consigo expressar a minha raiva em palavras e um simples Odeio-te é forte e fraco demais. Não sinto que te odeio mas ao mesmo tempo odeio-te profundamente e amo-te ainda mais. (Será isto possível?).
Começa o ciclo vicioso: músicas jump-out-of-the-window, unhas roídas, conversas banais para passar o tempo que nunca mais passa, olhares sistemáticos para o telemóvel (aparelhozinho estúpido que teima em não apitar), levantar da cadeira para logo a seguir cair nela de braços mortos, arranjar o que fazer sem fazer nada e lutar contra a vontade de pegar no telefone e discar o teu número até as minhas unhas fazerem sangue (até que me atendas).
Bip…Bip…Bip…Bip…
Estou cansada. Desisto.