Lost with no translation.
quinta-feira, dezembro 28, 2006
quarta-feira, dezembro 13, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Estou farta de histórias de amor. Parece que tudo vai dar certo e na volta acaba sempre mal. Por merdas. Sim, porque não pensem que a vida real é como nas novelas e o bonzinho fica sempre com a boazinha. Na realidade, isso (quase) nunca acontece.
Estou farta de fazer perguntas a mim própria sem obter resposta. Porquê? Porquê? Porquê? E lá vão os porquês ganhando uma dimensão enorme, engordam tanto que mal deixam espaço para outras interrogações, os gordos!
Estou farta de tentar fazer avançar o tempo. Olho para o relógio que me devia ajudar a curar as feridas que guardo e ele teima em ser impertinente. Paciência! Vais para o fundo da gaveta porque o que o coração não vê, não sente.
Estou farta de me jogar de cabeça e bater com ela no fundo do abismo. Ao princípio, parecia que o fundo tinha molas para me fazer saltar e alcançar o céu. Tarde descobri que os fundos são sempre amargos, a não ser, claro, o fundo da panela de arroz-doce da minha avó.
Estou farta da luta pela diferença. Quanto mais lutamos para ser diferentes mais iguais somos. O que não deixa de ser irónico e, na minha opinião, bastante cómico. Mil e uma formas de vestir completamente ridículas para tentar sair da multidão que caem em graça e pegam moda. A multidão completamente ridícula. Ridícula esta multidão.
Estou farta de bolachas integrais. Não sei muito bem porquê mas aquele sabor a quase nada irrita-me solenemente. Talvez fosse bom arranjarem uma bolacha com sabor a quase tudo, poupavam-nos o trabalho de andarmos na vida em busca de pequenas coisas. (Pensando bem, não sei se quero ficar sem esse trabalho).
Estou farta de tentar acabar esta merda de texto e não conseguir. A inspiração já não é o que era. O vazio apodera-se de mim.