html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Tudo&Nada: 06/01/2004 - 07/01/2004

Tudo&Nada

Retalhos de tudo...e de nada...

quinta-feira, junho 24, 2004

Vivo das reticências...

quarta-feira, junho 23, 2004

Nas noites rigorosas de Inverno, olha pela janela e sente as gotas de água que vão caindo copiosamente. Sentes? Sou eu que escorro na palma da tua mão, penetrando levemente na tua pele até me apoderar de todo o teu corpo.
Nas manhãs frescas de Primavera, olha pela janela e ouve o chilrear dos pássaros. Ouves? Sou eu que bailo ao sabor do vento melodiosamente até chegar aos teus ouvidos e assim espalhar-me em ti, deliciar-te e satisfazer todos os teus sentidos.
Nas tardes quentes de Verão, olha pela janela e deixa que os raios de sol te invadam. Deixas? Sou eu que sonho contigo, com todas as minhas forças e encho os teus pensamentos como os raios que perfuram os mais recônditos lugares.
E quando no Outono olhares pela janela e vires as folhas caírem pensando que me perdeste e uma lágrima morrer no teu rosto, não a limpes, lembra-te aquela lágrima é um pouco de mim.

sábado, junho 19, 2004

Silêncio solitário
Ando por ruas
Cruas nuas que já não são tuas
Mas minhas não tuas
Verdades desnudas
No silêncio da noite
Da morte que me acorda
E me mata e te torna
Num vulto
Solitário silêncio

sexta-feira, junho 18, 2004

Noite. Fria. Gelada. Caminho pelas folhas secas que servem de tapete aos meus pés descalços e tentam rasgar os meus dedos, as árvores esbracejam à minha volta e olham-me acusadoramente. Sou uma intrusa. Completamente intrusa naquele mundo que é só delas mas que não podem controlar, pois quem o controla sou eu. Eu controlo aquele momento de paz e prossigo em frente, sempre em frente. Tentam barrar-me o trilho que estava a tentar construir. Não conseguem. Não esperavam que eu fosse assim tão forte. Mas sou.
Um arrepio percorre-me o corpo inteiro como uma descarga eléctrica e involuntariamente desvio o olhar do meu caminho, olho para trás. Alguém me observava. Que lindos olhos aqueles que faiscavam no meio do escuro e desvaneciam à sua volta o emaranhado de árvores. Olhos sem dono, sem cara, sem corpo. Pareciam suspensos no ar, postos ali de propósito para que eu reparasse neles e olhasse por instantes para trás. Voltei-me na tentativa de descobrir a quem pertenciam aqueles olhos, que me tinham feito parar por instantes e alhear-me do meu caminho. Procurei, procurei, procurei...e eis que dois braços me envolvem. E me aquecem. E fico ali de olhos fechados a saborear cada segundo. Uma leve brisa brinca comigo e faz-me sorrir enquanto tudo se desvanece sem que me aperceba. Sinto frio agora. Tanto frio...As minhas mãos estão brancas de geladas. Os meus pés não sentem o caminho e já não me conseguem guiar. Vagueio ao acaso escondendo-me dos olhares que me apunhalam. Desespero por mais uns braços que me resgatem deste momento que já não controlo, que já não é meu. Quero construir o caminho em frente e não posso. Enfraqueci. Enfraqueceram-me. Gelada. Fria. Noite.


quinta-feira, junho 10, 2004

Choro em silêncio para ninguém me ouvir, seco as lágrimas mesmo antes de caírem, escondo a cara entre as mãos e com os olhos postos no céu fechado penso...
Em ti porque não te posso ver e então lembro-me do que disseste antes de partir, um sorriso, só um de alma e tudo, e como os lábios teimam em não rasgar desespero...
Por ti que já nem a tua voz posso ouvir nem ao longe, nem num grito, nem num suspiro gemido é que não suporto estar aqui e tu lá, tão longe, longe, longe, longe e morro...
Sem ti.

segunda-feira, junho 07, 2004

Hoje disseram-me algo que não gostei. Disse-lhes. Reforçaram a ideia. Levantei-me e fui embora.

domingo, junho 06, 2004

Sem tempo

Estou sem tempo.Sem tempo para ouvir música.Sem tempo para conversar.Sem tempo para estar com os amigos.Ou com a família.Ou contigo.Sem tempo para agradecer.Sem tempo para recordar.Sem tempo para escolher.Sem tempo para virar a página.Sem tempo para queimar o passado.Sem tempo para planear o futuro.Sem tempo para olhar o mar.Sem tempo de ouvir os passáros a cantar.Sem tempo para ver o sorriso daquela criança.Sem tempo para dar uma esmola de esperança.Sem tempo para te olhar nos olhos.Sem tempo para sorrir.Sem tempo para escrever.Estou sem tempo,sem tempo para viver.

terça-feira, junho 01, 2004

Dia Mundial da Criança

As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo
Giacomo Leopardi